A satisfação sexual só é possível na medida em que o objecto sexual é integrado nas nossas fantasias. Tal como uma relação amorosa, para sentirmos que é “certa”, deverá preencher os pressupostos românticos impostos pela nossa cultura.
O cinema, como veículo dessa cultura (ou como definidor dela) tem também a sua responsabilidade, até no que se refere ao sofrimento. Morremos de amor porque foi assim que aprendemos a sofrer, explorando todo o potencial dramático desse sofrimento, e como se essa fosse a única forma correcta de vivenciar as emoções.
A grande perversão é que o cinema romântico pára no sexo, enquanto o cinema pornográfico pára nas emoções. Entre o ‘viveram felizes para sempre’ e a visita ardente do canalizador é suposto conseguirmo-nos sentir realizados, emocional e sexualmente realizados.
Somewhere in between lies the ultimate frustration...
Um bom começo neste IndieLISBOA.
“Cinema is the ultimate pervert art. It doesn't give you what you desire - it tells you how to desire.”
SLAVOJ ŽIŽEK