OPINIÕES
Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2006
Primeiras vezes



Ontem, pela primeira vez, vi na bilheteira de um cinema (Alvaláxia) perguntarem a idade a dois jovens que queriam assistir a um filme. Seguido de um "peço desculpa mas não lhes posso vender os bilhetes porque o filme é para maiores de 16". Acrescentado de "não é costume fazermos isto, mas com este filme estamos a ter muito cuidado". E de "mas podem escolher qualquer outro filme em cartaz".


Confesso que fiquei espantada. Quase tanto como com a neve que caiu em Lisboa.


Ah, o filme era o "Saw II".






realizado por Rita às 01:51
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Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2006
Game Set Match


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ALIGN=LEFT>“Match Point” fala sobre o acaso, o poder que a sorte (e por isso mesmo, o azar) tem nas nossas vidas.
Fala sobre o segundo que as pode mudar, esse segundo que acaba por ser todos os segundos, porque tudo se pode alterar a qualquer momento.
A nossa felicidade, ou a ilusão dela, pode fazer-se numa escolha.
Fala de jogos que jogamos com as outras pessoas, nem sempre seguindo as mesmas regras.
Fala de jogos que jogamos connosco próprios quando julgamos que sabemos o que queremos.
Onde o nosso sofrimento reside sobretudo nas expectativas que criamos dentro da nossa cabeça.
E onde a culpa raramente advém do sofrimento que causamos aos outros, mas sim de nos defraudarmos a nós próprios.
“Match Point” fala de amor, desejo, ambição, medo, engano, mentira, impulsos, reflexões, emoções e pensamentos.
E entre aquilo que sentimos e o que pensamos sentir vai uma diferença abismal.
A diferença entre a bola cair de um lado ou outro da rede.

















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Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2006
2005 À MEDIDA DE UM CARTÃO

Embora o objecto último deste texto seja a elaboração de uma lista com os melhores filmes de 2005 (ou mais concretamente estreados e vistos por mim em 2005), ainda assim haverá algo mais a dizer sobre este ano, no que ao cinema diz respeito.


Comecemos pelos, para mim, dois momentos altos do ano, que por razões várias não aparecerão na tal lista.


A ausência do primeiro momento da referida lista resulta do facto, bem, de não ser um filme. Refiro-me concretamente à presença, em carne e osso e na mesma sala do que eu (OK tratava-se do Forum Lisboa, mas eu estava nas filas da frente) do realizador Costa Gavras. Não que eu seja muito dado a idolatrações, mas não é todos os dias que se tem à frente alguém que realizou um dos filmes da sua vida (a minha neste caso). E a sua presença acabou por coincidir com a revisão de alguns dos seus melhores filmes, graças ao canal arte (abençoada seja), que programou um ciclo deste realizador por volta dessa altura. Ah, e o seu último filme, "Le Couperet", a razão da visita de Gavras ao nosso país, embora não esteja à altura dos seus clássicos, período 69/82, não o envergonha em nada.


O outro momento alto foi a exibição, no IndieLisboa, da versão "restaurada" de "O Sargento da Força 1" de Samuel Fuller. Apesar de gostar bastante da versão original, a verdade é que sempre achei que faltava ali alguma coisa que o transformasse em algo mais do que um bom filme. Esta nova versão (que apesar de ser resultado de um trabalho de montagem posterior à sua morte, é a versão que Fuller queria de facto ter apresentado mas, por problemas de produção, não foi a estreada em 1981) resolve esse problema, dando a consistência que faltava à primeira versão e transformando-o definitivamente num dos maiores filmes de guerra alguma vez feitos.


E já que um dos discos que mais ando a ouvir neste inicio de 2006 é uma demo em que o volume das diferentes músicas anda aos altos e baixos (e atenção que o disco oficial, com o volume das canções uniformizado espero, sai já no final deste mês, depois não digam que não foram avisados), sigamos a mesma estratégia e passemos dos momentos altos do ano para... os outros.


Comecemos, se não pelo pior filme, pelo menos pela coisa mais irritante que eu vi numa sala de cinema este ano: "Sin City", de Robert Rodriguez. Digam o que disserem, transpor literalmente pranchas de BD para filme não é cinema. É outra coisa qualquer, e não é muito bom.


Também digno de figurar entre os piores momentos de cinema em 2005, e decididamente entre os mais chatos, são os diálogos de "9 Canções" de Michael Winterbotton. De facto, poucas vezes umas legendas num écran terão sido tão mal utilizadas (mas pronto, para além disso havia as sequências dos concertos, excelentes e as de sexo, que sempre distraíam um bocado).


Chato é também uma boa definição para o filme de Wim Wenders estreado entre nós em 2005, "A Terra da Abundância". Mais um de uma longa lista de maus filmes que o realizador alemão tem vindo a fazer. E a verdade é que desde "Até ao Fim do Mundo", e esse filme é de 1991, Wenders não faz uma de jeito. Por tudo isto, Wenders mereceu para mim o estatuto de confirmação do ano.


Da confirmação para a revelação. E aí não há dúvidas. Soraia Chaves. E não é preciso dizer mais nada. (E se fosse, que se diga que a moça levou mais de 300 mil pessoas ao cinema só para a ver. Convenhamos que é obra.)


E da bela para o monstro. Tim Burton este ano merece o prémio de susto do ano. Por causa de "Charlie and the Chocolate Factory". De longe o pior filme da sua carreira. E por momentos pensei que estávamos perante mais um realizador em crise de inspiração (vide Wenders), porque verdade seja dita, o filme anterior também já não tinha sido grande coisa. Felizmente 2005 ainda foi suficientemente longo para Burton corrigir o tiro com "The Corpse Bride", capaz de fazer esquecer o falhanço anterior. Também por isso merece ainda o prémio de produtividade.


Por fim, em homenagem um amigo cá da casa, uma referência aos filmes perdidos do ano.


Por muito que se tente nunca se consegue ir ver os filmes todos que se quer (ainda assim Lisboa já tem uma oferta suficientemente rica para que isso seja inevitável). Mas há algumas perdidas mais gravosas do que outras. Este ano, dos filmes que não vi, destaco claramente o último filme de Hal Hartley, "The Girl From Monday", duas sessões no IndieLisboa esgotadas e nenhum rumor de futura estreia comercial no nosso país (e pouco me importa que o Hartley de hoje já não seja o mesmo do início de carreira. Um filme de Hartley é sempre um filme de Hartley). Mas lembro-me também da ida falhada à Cinemateca para ir ver "Monica e o Desejo" de Ingmar Bergman, sessão esgotada, claro está (mas para este há a esperança quase certeza de reposições futuras) e ainda de "Dig" de Ondi Timoner, que passou nos "Dias do Documentário" no King, e que portanto de certeza não esgotou, e que quanto mais leio e ouço falar dele mais tenho a certeza que se trata um grande documentário, e mais me arrependo de não o ter ido ver.


Bem, e terminado este pequeno desvio pelo ano de 2005, aqui fica a lista. Que em oposição ao espirito democrático que por cá reina nestes dias, não tem um vencedor declarado. À espera de uma segunda volta.


10 MAIS DE 2005

"Clean" de Olivier Assayas
"Hotel Ruanda" de Terry George
"Mondovino" de Johnathan Nossiter
"A Queda" de Oliver Hirschbiegel
"Saraband" de Ingmar Bergman
"De Tanto Bater o Meu Coração Parou" de Jacques Audiard
"La Niña Santa" de Lucrécia Martel
"Last Days" de Gus Van Sant
"Million Dollar Baby" de Clint Eastwood
"Private" de Severio Constanzo (via IndieLisboa)




por Sérgio




realizado por Rita às 13:01
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